ipotenusa

Mais um blog, apenas.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Vergonha

Vergonha, receio de desonra, actos indecorosos, pudor, timidez, pejo, rubor nas faces, coisa mal feita.

Esta é a definição de vergonha e efectivamente é este o sentimento que me percorre, após ter tomado conhecimento dos acontecimentos do dia. Naturalmente será um sentimento partilhado por muitos portugueses, que não se revêm na justiça, nos media, nem em muitos dos políticos que temos actualmente, os quais permitem que alguém acusado de 23 crimes possa circular livremente pelo país, possa enfrentar um combate eleitoral ao abrigo de imunidade.

Se a moda pega, ainda vamos ver o Carlos Cruz a candidatar-se à presidência da república juntamente com o Bibi, o Ferreira Diniz, etc., etc., etc..

Debate mensal...

Hoje foi dia de debate mensal na Assembleia da República.

O Primeiro-Ministro, Eng.º José Sócrates, elegeu como tema as "Necessidades de Formação". A meu ver foi uma excelente escolha, pois só as avestruzes ainda não perceberam que o grande problema deste país, é a falta de mão-de-obra qualificada.

Contudo, até na AR há avestruzes, ou então existe mesmo muita hipocrisia, a avaliar pelas intervenções dos deputados da oposição, que preferem atacar o PM por este ter a coragem de limitar os privilégios das forças armadas e por fazer cumprir a lei que não lhes permite organizar/participar em manifestações.

Que diriam esses deputados se a população civil organizasse uma manifestação de apoio ao Governo por finalmente alguém ter a dignidade de realizar as reformas para as quais foi eleito, ao invés de embarcar em medidas eleitoralistas cujo resultado está à vista, um país de tanga, sem futuro, sem esperança?!

domingo, setembro 11, 2005

SPOOOOOORTING

Definição

Uma nota de humor, que não deixa de ser uma verdade!

Chefão

Quem não sabe, mas disfarça com mestria, é líder!

O que distingue as pessoas

A opinião dos europeus sobre os Estados Unidos não melhorou desde a ofensiva de charme lançada pelo Presidente norte-americano para ultrapassar a crise criada com a guerra no Iraque. A conclusão decorre de uma mega-sondagem realizada em 10 países da União Europeia, Portugal incluído, e dos EUA.


O estudo, intitulado "Transatlantic Trends", consiste num inquérito anual de opinião pública às atitudes americanas e europeias sobre a relação transatlântica. O projecto é liderado pelo German Marshall Fund e pela Compagnia di San Paolo, com o apoio da Fundação Luso-Americana e da Fundación BBVA. O inquérito de 2005 analisa o que pensam os cidadãos de ambos lados do Atlântico sobre um vasto leque de assuntos.


As conclusões deste estudo não são completamente surpreendentes, considerando a história recente dos Estados Unidos.
Vejamos:

  • os norte-americanos temem muito mais o terrorismo que os europeus, 71% contra 53%;
  • quando a alínea são as ameaças ambientais, a tendência inverte-se (era expectável), preocupando-se mais os europeus que os norte-americanos, o que não deixa de ser curioso, atendendo ao debate que se tem assistido no meio científico sobre a influência do aquecimento global do planeta na formação de furacões como o "Katrina";
  • o fundamentalismo islâmico é a ameaça que os europeus menos temem, ao passo que os conservadores norte-americanos temem menos as doenças como a SIDA.

Cá em casa, isto é, em Portugal, as principais preocupações recaem sobre o aquecimento global, a economia e o terrorismo internacional. Em segundo plano vêm os imigrantes refugiados, as armas nucleares e as doenças como a SIDA; por fim, o que menos temor provoca aos nossos compatriotas é a ameaça islâmica (a nossa cultura e história humanista não são só figuras decorativas).

sábado, setembro 03, 2005

Ipotenusa dá luz


Ipotenusa
Ipotenusa
Flos, 1975

Em alumínio esmaltado, aço e metacrilato, este candeeiro de mesa, como o nome sugere, apresenta um ângulo de haste igual à hipotenusa de um triângulo com ângulos iguais, com uma fonte de luz proveniente de uma lâmpada compacta de halogéneo de 50W e 12V.

Dante não faria melhor...

Nas ruas de Nova Orleães (e noutros pontos dos estados de Louisiana, Mississipi e Alabama) vive-se um autêntico cenário de guerra, onde não há nada além do mais absoluto caos. Não adianta proceder a muitos balanços porque a destruição é total. A cidade precisa urgentemente de autocarros para evacuar as pessoas, comida e água potável. Aos riscos de doença, por força da estagnação das águas, junta-se a falta de alimentos e medicamentos. Há relatos de bandos armados que disparam contra pessoas ou que violam as mulheres que encontram nas ruas, é o regresso ao velho faroeste.

No centro de convenções da cidade, há gente que vai simplesmente morrendo. Há dejectos humanos, lixo, comida podre e as pessoas estão, literalmente por todo o lado, a andar por cima disto tudo. Vêem-se mães com bebés, pessoas idosas, muito, muito doentes. No Centro de Congressos da cidade, uma pessoa idosa morre, na sua cadeira de rodas e ninguém a vai buscar. É a mãe de alguém, ou a avó de alguém.

É impensável a situação que se assiste numa grande cidade do país mais poderoso do mundo, dias depois da passagem do furacão "Katrina", que até chegou com pré-aviso.
Entre as muitas críticas que se levantam, as principais recaiem sobre a falta de planeamento antes do furacão "Katrina" e sobre a demasiada lentidão que se tem verificado na resposta.
Não faltam, aos americanos, meios para fazer face ao problema, faltará, isso sim, capacidade de organização. Estamos perante um país que tem uma capacidade militar, de saúde pública e logistca no sentido da purificação e da distribuição de água ímpar. Os Estados Unidos são o país mais preparado do Mundo para enfrentar uma situação como esta.

Ainda assim, assiste-se à chegada da solidariedade vinda dos locais mais surpreendentes, como a que vem do Sri Lanka, cujo embaixador propôs-se para coordenar uma recolha de fundos entre os países atingidos pelo tsunami que, mesmo sendo muito pobres e estando ainda a sofrer com a sua própria tragédia, querem ajudar. Outro feliz exemplo, que também constitui uma lição de humanismo, vem de Cuba, com Fidel Castro a oferecer 1100 médicos e 26 toneladas e meia de medicamentos, sem qualquer condição, nem sequer o fim do bloqueio.

George W. Bush não estará isento de responsabilidades, ao insistir em não assinar o protocolo de Quioto, em não querer reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera (de modo a reduzir/prevenir o aquecimento global), em achar que as outras nações, nomeadamente as Europeias, é que têm de poupar a Terra e os seus recursos, para ele e os amiguinhos (metaforicamente falando) colherem os frutos!
Tenho esperança que depois desta triste lição que a Terra (mãe natureza) decidiu dar-lhe, ele reveja as suas políticas e comece a ter uma consciência mais humanista e menos economicista!