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quarta-feira, novembro 23, 2005

Guerras preventivas I

Nunca percebi muito bem o que é uma guerra preventiva, quanto mais não seja, porque não consigo entender o alcance da prevenção: Afinal as guerras preventivas são para prevenir o quê???!!?

Posto isto, deixa-me bater mais um pouco no ceguinho, que é como quem diz, nos americanos e na sua inesgotável hipocrisia.

Na semana passada, após uma denúncia feita numa reportagem da RAI, posteriormente confirmada pelo Pentágono, ficámos a saber que o exército americano usou fósforo branco no Iraque em 2004, mais concretamente em Fallujah. Ainda assim, o porta-voz do Pentágono, Barry Venable, numa entrevista à televisão pública britânica BBC, afirmou: "O fósforo branco é apenas uma arma convencional, não química, costumamos usá-lo para iluminar locais escuros ou marcar alvos, além disso é uma arma incendiária e pode ser usada em combate contra o inimigo. Quando estamos perante forças inimigas escondidas, quando a nossa artilharia de potentes explosivos não tem impacto e quando queremos fazê-las sair dessas posições, uma das técnicas é lançar fósforo branco para a posição. Os efeitos combinados de fogo e do fumo fá-los-ão sair dos buracos para podermos matá-los com potentes explosivos."

APENAS ARMA CONVENCIONAL??!
E que tal deixarem-se de hipocrisias e admitirem que usaram armas químicas para combaterem fantasmas de amas químicas. É que apesar desta arma não estar incluída na Convenção sobre Armas Químicas, este documento lembra que uma arma deste teor é qualquer uma que cause a morte ou incapacidade através de acção química.

2 Comments:

At 23 de novembro de 2005 às 23:05, Anonymous Anónimo said...

sem querer defender quem quer que seja, definiçáo de guerra preventiva: guerra da bósnia.

qto ao fósforo branco como arma para fazer sair os guerrilheiros das trincheiras.... isso é já uma técnica ancestral altamente difundida.
senao vejamos, não era idêntica a táctica de fazer xixi nas tocas dos grilos para os apanhar? O;)

cada um, à sua dimensão, usa as armas que tem ;)

 
At 24 de novembro de 2005 às 09:22, Blogger ACP said...

"cada um, à sua dimensão, usa as armas que tem"

Mas esse era o argumento, q os EUA acreditavam ser, dos Iraquianos, isto é, os EUA acreditavam (ou queriam fazer acreditar (?)) que os Iraquianos possuiam armas químicas/biológicas de destruição maciça, justificando assim a necessidade da intervenção militar.

Depois assistimos, de facto, ao "cada um, à sua dimensão, usa as armas que tem", e as armas que os Iraquianos tinham eram PEDRAS!

Para finalizar, os americanos decidem "usar as armas que têm", ou seja, as armas químicas para liquidar os "inimigos" (os tais que tinham armas poderosíssimas que nunca ninguém encontrou).

Não será um contracenso, uma hipocrisia usar armas químicas, numa guerra "contra as armas químicas"?! Ou aqui aplica-se o "Olha para o que eu digo, n olhes para o q eu faço"?

 

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