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terça-feira, dezembro 30, 2008

30's

Ok, hoje era suposto fazer uma retrospectiva de 2008 e deixar os votos para 2009.
Porém, a retrospectiva enterrei-a nas areias do Sahara, e os votos não são para se escrever, são para se sentir e concretizar!
Posto isto, vou fazer mais um interregno no diário, que é adiado até 2009 e aproveito para discorrer sobre os 30, "o poder dos 30"* anos!


"Temos a idade que sentimos", dizia Elizabeth Arden, a mulher que iniciou o império da cosmética e perfumaria com o seu nome. Concordo inteiramente com ela e por isso entrei nos "intas" nem com com optimismo, nem com pessimismo, mas com confiança, expectativa e muita segurança. Afinal, o que são os 30 senão a continuação dos vinte, a idade da idade adulta, passe a redundância?!
E a verdade é que esta é uma das melhores fases da nossa vida, pois a experiência que acumulámos ajuda-nos a encarar a vida de uma forma mais calma, optimista, descomplexada e descontraída. Acabaram-se os apertos de coração e os ataques de ansiedade com aqueles "grandes problemas" que acabamos por resolver sem dramas, ou seja, aos 30 já aprendemos a relativizar muita coisa e a só dar importância ao que é realmente importante. Aos 30 já descobrimos o que queremos da vida e do que somos capazes. E se já conseguimos perceber que há guerras em que não vale a pena entrar, também já sabemos que armas usar para ganhar aquelas que consideramos fundamentais.

Espero que olhem para 2009 sem dramatismo. Vejam-no como um ano de oportunidades.


Beijinhos e até "pro" ano!

*Editorial da revista Cosmopolitan de Novembro de 2008, autora: Maria Serina

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Diário de uma nómada na Tunísia - parte II.A

Desculpem-me por este interregno, o camelo morreu de sede! Ironia do destino, não?! ;)
Entretanto as crónicas vão prosseguindo, consoante os ventos vindos do Sahara.

A primeira impressão que tive da Tunísia mantêm-se, é um país árabe na verdadeira acepção da palavra. As cidades assemelham-se a Olhão. Casas outrora brancas, hoje sujas com aspecto velho e degradado; ruas sujas, gente suja. Na rua vêm-se maioritariamente homens, sobretudo dedicados ao dolce far niente (talvez devido ao ramadão que interfere com os horários, implicando redução na produtividade). As crianças, de rostos meigos e olhar doce, parecem ciganos (tez morena, olhos e cabelos escuros, esfarrapados, sujos). Por fim as mulheres... vêm-se mais mulheres com os lenços e demais parafernália que aquilo que estava à espera; umas num estilo mais cinzentão, outras mais garridas, umas mais compostas e "presas", outras mais desleixadas; a contrastar vêm-se algumas vestidas de forma absolutamente ocidental. Esta é definitivamente uma sociedade diferente da nossa e com algumas diferenças no seu próprio seio. De um modo geral a paisagem assemelha-se ao nosso Alentejo, isto é, grandes planícies com olivais (a Tunísia é um grande exportador de azeite) atravessadas por longas rectas asfaltadas. As auto-estradas são em tudo idênticas às nossas.

Pela manhã deixei o Hotel Abou Nawas Tunis para visitar Le musée national du Bardo, localizado nos arredores de Tunis, num palácio do século XIII. A sua reputação é devida à qualidade e variedade dos artefactos e joias obtidos em explorações arqueológicas (afinal a Tunísia é muito rica em termos históricos e várias foram as civilizações que a povoaram). A destacar a sua rica colecção de mosaicos romanos (consta que tem o maior do Mundo), provenientes de todo o território tunisino, datados e organizados pelas diferentes salas, correspondendo às principais épocas da história do país.

Salle de Carthage Romaine

Salle de Virgile

Salle de Mahdja

Salle de Virgile

Também sobressaiem peças escultóricas em mármore e bronze, como a estátua de Apolo, o torso de Di (não me recordo do resto do nome), Eros (a escultura na fotografia da Salle de Mahdja), etc., etc., etc.... Merecem igual destaque os paineis onde se vê Virgílio entre as musas Clio e Melpomène (comédia e tragédia, respectivamente), a coroação de Vénus, etc....

Apolo

Torso

Melpomène, Virgílio e Clio

A coroação de Vénus

O relato já vai longo, continua dentro de breves bits e bytes ;)