ipotenusa

Mais um blog, apenas.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Jackson Pollock

Hoje vou dar numa de intelectual. É o que dá abrir o Google e descobrir que há um artista qualquer (na verdadeira acepção da palavra) que faz/faria anos hoje. E o feliz contemplado é o Sr. Jackson Pollock, nascido no Wyoming em 1912.

Mas não se pense que descobri o feliz evento e por um mero capricho o refiro aqui! É que na verdade foi uma feliz "coincidência"!, já que sou apreciadora da arte expressionista. JPollock foi uma referência no movimento do expressionismo abstracto. Desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst - dripping (gotejamento) - na qual respingava a tinta sobre as suas imensas telas. Colocava a tela no chão, para sentir-se dentro do quadro, deixava cair pingos de tinta na tela e estes escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se. Assim pôs de parte os pincéis e o cavalete!

Dizia: "On the floor I am more at ease, I feel nearer, more a part of the painting, since this way I can walk around in it, work from the four sides and be literally "in" the painting."

Number 8

A arte de Pollock combina a simplicidade com a pintura pura. Com ele dá-se o auge da action painting (pintura de acção). Nesta forma de pintura, inserida no conceito surrealista de automatismo psíquico, está claramente liberta da linguagem figurativa, é um ritual de actuação, sendo o resultado visual denso, cheio de escorridos policromáticos que definem tramagens lineares complexas. Por esta técnica, toda a tela ficava coberta de ri
scos de tinta, processo designado por all-over.

The key

Se querem dar asas à vossa imaginação, experimentem aqui a vossa técnica de
dripping!

sábado, janeiro 17, 2009

Não sei...


Não sei porque diabo escolheste
J
aneiro para morrer: a terra
está tão fria.
É muito tarde para as lentas
narrativas do coração,
o vento continua
a tarefa das folhas:
cobre o chão de esquecimento.
Eu sei: tu querias durar.
Pelo menos durar tanto como o tronco
da oliveira que teu avô
tinha no quintal. Paciência,
querido, também Mozart morreu.
Só a morte é imortal.
(Não sei, Eugénio de Andrade in O sal da língua)